segunda-feira, 19 de outubro de 2009
mas era primavera. até o leão lambeu a testa glabra da leoa. "mas isso é amor, é amor de novo", revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e os dois leões se tinham amado. mas era primavera, e ela mataria aqueles macacos felizes, a macaca dando de mamar. ela mataria a nudez dos macacos. um macaco também a olhou, o peito pelado exposto sem orgulho. mas não era no peito que ela mataria, era entre aqueles olhos. de repente a mulher desviou o rosto, trancando entre os dentes um sentimento que ela não viera buscar, apressou os passos, ainda voltou a cabeça espantada para o macaco de braços abertos: ele continuava a olhar para a frente: "oh não, não isso", pensou. e enquanto fugia, disse: "Deus, me ensine somente a odiar".
"eu te odeio", disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. "eu te odeio", disse muito apressada. eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. eu te odeio, disse implorando amor.
Clarice L.
domingo, 27 de setembro de 2009
Sentir o Mundo
- Estar aberto a novas perspectivas?
- Viver a vida sem esperar algo em troca?
- Sentir cada momento?
- Não esperar nada de ninguém?
- Sorrir para qualquer pessoa?
- Acordar dando -Bom Dia; ao Sol?
- Retomar a busca de um sonho? Ou será simplesmente sonhar?
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Eu prefiro fazer um suco de tudo isso e mais algumas coisinhas! ☼
terça-feira, 15 de setembro de 2009
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Coisas para se fazer todo dia...
dançar, dançar, dançar, dançar...
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Rá!
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 18 de agosto de 2009
"Vou mostrando como sou,
Tá!
Na verdade, eu criei esse blog pra postar coisas que gosto. Já que não sou muito boa com as palavras e ainda assim, às vezes, me atrevo a escrevê-las de qualquer forma... (risos!)
Além dos meus momentos "inspiração" serem sempre raros.
E quase constantemente escrever simplesmente uma frase ou um parágrafro.
Mas eu sou assim, e ser peculiarmente você não tem preço melhor que este, ser você mesmo!!
Então irei escrevendo minhas baboseiras até aprender a real beleza de escrever bem.
Sorria, leve a vida simplesmente! :D
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Caetano Veloso

De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias
Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro
Em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito
Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio
Caetano Veloso
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
desabafo!
Queria ter podido brincar na rua de bicicleta, de pique e esconde; ir ver o pôr-do-sol mais vezes, ir á praias distantes com os amigos, ter feito mais programas culturais, ter me deixado envolver mais vezes pelas coisas, ter meus pais juntos e mais presentes, ter sido mais afetiva, ter conhecido as pessoas certas mais cedo, ter feito mais loucuras, ter cultivado os verdadeiros amigos e os reconhecido por completo, ter sido mais revolucionaria, ter sido mais intensa...
Por ter nascido na época errada... talvez? (risos!)
Normalmente as pessoas acabam nos roubando as coisas mais importantes que temos, em determinado momento, e que para elas são tão desprezíveis que acabam não percebendo o quão erro cometeram para o futuro de outras...
foto por Roberta Smania.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Não Sonho Mais.
E eu que já não sabia mais o que era sonhar, perdi o meu ultimo sonho.
Perdi a ultima coisa que aprendi a acreditar.
Como posso me encontrar agora, sem me esbarrar com uma das minhas grandes incertezas?
Como é difícil deixar-se cortar por inteira e nascer da raiz outra vez. Com novas folhas, novas flores e novos frutos.
Incrível como os sentimentos são roubados facilmente... Tão rapidamente.
E como dar 'tempo ao tempo' também é necessário... Então vou levando assim!
Naiara R.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Clarice Lispector
"Sentou-se diante de um papel vazio e escreveu:
-comer
- olhar as frutas da feira
- ver gente
- ter amor
- ter ódio
- ter o que não se sabe e sentir um sofrimento intolerável
- esperar o amado com impaciência
- mar
- entrar no mar
- comprar um maiô novo
- fazer café
- olhar os objetos
- ouvir música
- mãos dadas
- irritação
- ter razão
- não ter razão e sucumbir ao outro que reivindica
- ser perdoada da vaidade de viver
- ser mulher
- dignificar-se
- rir do absurdo de minha condição
- não ter escolha
- ter escolha
- adormecer
- mas de amor de corpo não falarei.
Depois dessa lista ela continuava a não saber quem ela era, mas sabia o número indefinido de coisas que podia fazer. "
{O livro dos Prazeres - Clarice Lispector.}
Simplesmente me li... :)
segunda-feira, 13 de julho de 2009
sábado, 11 de julho de 2009
Sonhos são como poesias

Sonhos são como poesias
A gente imagina, pinta, borda, deseja, escolhe, conta, roda, recorta, grita e um momento encontra. E em outros momentos especiais, a gente sente também!
Oh coisa boa é sentir.
Sentir é algo inexplicável; é como se visse além da própria visão.
Atribuindo-lhe cores, molduras, texturas, retas, planos.
Em fim... não quero fazer poesia, apesar de já estar criando um estereótipo dela.
Mas quero apenas senti-la. Quero somente imagina-la, canta-la, brinda-la...
Aquilo lá de escrever nunca foi meu forte. Meu forte mesmo sempre foi sentir, já que pra sentir não é necessário escrever ou transcrever, fico com o sentir apenas.
Como também não criei essa pagina para fazer contos, poesias e textos.
Fiz apenas para guardar algumas coisas que gosto, da forma que gosto.
Então, Sonhos são como Poesias.
Naiara R.



