"Sentou-se diante de um papel vazio e escreveu:
-comer
- olhar as frutas da feira
- ver gente
- ter amor
- ter ódio
- ter o que não se sabe e sentir um sofrimento intolerável
- esperar o amado com impaciência
- mar
- entrar no mar
- comprar um maiô novo
- fazer café
- olhar os objetos
- ouvir música
- mãos dadas
- irritação
- ter razão
- não ter razão e sucumbir ao outro que reivindica
- ser perdoada da vaidade de viver
- ser mulher
- dignificar-se
- rir do absurdo de minha condição
- não ter escolha
- ter escolha
- adormecer
- mas de amor de corpo não falarei.
Depois dessa lista ela continuava a não saber quem ela era, mas sabia o número indefinido de coisas que podia fazer. "
{O livro dos Prazeres - Clarice Lispector.}
Simplesmente me li... :)
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